Dormir menos de oito horas por noite aumenta a possibilidade de um adolescente desenvolver problemas relacionados a sobrepeso e obesidade, segundo um estudo realizado no Centro Nacional de Pesquisa Cardiovascular da Espanha.
Pesquisadores analisaram a associação entre duração do sono e saúde de 1.229 adolescentes com idade média de 12 anos. O sono dos pacientes foi medido durante sete dias por meio de um rastreador de atividade vestível.
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De acordo com os resultados, os adolescentes foram categorizados como dormidores muito curtos, aqueles que dormem menos de sete horas por noite; dormidores curtos, os que dormem de sete a oito horas; e ótimos, que dormem mais de oito horas.
Os pesquisadores destacaram que, segundo a Academia Americana de Medicina do Sono, o recomendado é que crianças de 6 a 12 anos durmam de nove a 12 horas por noite e adolescentes com idade entre 13 e 18 tenham de oito a dez horas de sono.
Os resultados revelaram que apenas 34% dos participantes com 12 anos dormiam uma média de oito horas por noite. Entre os adolescentes com 14 a 16 anos, o percentual dos que tinham uma rotina saudável de sono foi ainda menor, de 23% e 19%, respectivamente. Em relação ao gênero, o estudo mostrou que os meninos tendem a dormir menos nessa fase da vida.
“Atualmente, estamos investigando se os maus hábitos de sono estão relacionados ao tempo excessivo de tela, o que pode explicar por que os adolescentes mais velhos dormem ainda menos do que os mais jovens”, afirmou Jesús Martínez Gómez, pesquisador em treinamento no Laboratório de Saúde e Imagem Cardiovascular.
O reflexo da má qualidade do sono foi sentido diretamente na composição corporal dos adolescentes, de acordo com o IMC (índice de massa corporal): entre o grupo de 12 anos, pelo menos 27% estavam com sobrepeso ou obesidade; 24% na faixa etária de 14 anos; e 21% na de 16 anos.
Além disso, a pesquisa mostrou que os participantes com número de horas de sono abaixo do tempo considerado saudável foram 19% e 29% mais propensos a ter sobrepeso e obesidade.
Gómez também destacou que as conexões entre sono insuficiente e saúde se deram independentemente da ingestão de energia e níveis de atividade física praticada pelos adolescentes, o que evidenciou a importância do sono de qualidade para um bom funcionamento do organismo.
“O excesso de peso e a síndrome metabólica estão, em última análise, associados às doenças cardiovasculares, o que sugere que os programas de promoção da saúde nas escolas devem ensinar bons hábitos de sono. Os pais podem dar bom exemplo tendo um período para dormir consistente e limitando o tempo de tela à noite. Políticas públicas também são necessárias para enfrentar esse problema de saúde global”, afirmou o pesquisador. (R7)



