A retina é a membrana que recobre o interior dos olhos com células fotossensíveis, essenciais para a visão. Quando ocorre o descolamento de retina, essa estrutura vital se separa do seu suporte, podendo causar danos irreversíveis à visão se não tratada rapidamente.
Segundo Marcelo Rego, chefe do setor de Retina do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, o descolamento de retina pode surgir após um trauma ou devido a doenças como a retinopatia diabética. No entanto, a maioria dos casos ocorre sem relação direta com trauma ou doença prévia. A fragilidade da retina pode levar a rasgos que permitem a entrada de líquido, resultando no descolamento da parte mais sensível e importante do olho.
Os sintomas de descolamento de retina incluem:
- Percepção de pontos flutuantes na visão
- Sensação de flashes luminosos
- Sombras ou perda de campo de visão
- Perda súbita da visão
A extensão do descolamento determina a gravidade dos danos. Um descolamento pequeno e periférico pode ser corrigido cirurgicamente sem sequelas significativas. No entanto, se o descolamento atingir a região central da visão, as chances de recuperação completa são reduzidas.
Diagnosticar e tratar o descolamento de retina rapidamente é crucial. A demora no tratamento pode resultar em perda total ou significativa da visão, mesmo após a cirurgia. Em alguns casos, o descolamento pode ocorrer sem sintomas perceptíveis até que a retina descole quase completamente, levando a uma perda súbita de visão.
Certas condições aumentam significativamente o risco de descolamento de retina, como trauma ocular, miopia e diabetes. Pacientes com miopia severa ou que passaram por cirurgia corretiva devem ter acompanhamento regular com um especialista em retina para prevenir novas lesões.
A técnica de cirurgia de descolamento de retina evoluiu substancialmente, alcançando uma taxa de sucesso superior a 90%. Apesar disso, os pacientes necessitam de acompanhamento contínuo, pois a retina pode descolar novamente. É fundamental realizar exames regulares em ambos os olhos, dado o risco de o problema afetar os dois olhos.
*Por Simone Lemos/Jornal USP