Um novo ciclone extratropical deve impactar o Rio Grande do Sul a partir desta sexta-feira (18), embora com menor intensidade em relação a eventos anteriores. Meteorologistas indicam que esse fenômeno será caracterizado principalmente por queda de temperatura, chuvas e, em menor medida, ventos. A sexta-feira será o dia mais crítico.
A formação do ciclone terá início na noite de quinta-feira (17), entre as costas do Uruguai e da Argentina, sobre o oceano, não sobre o continente, de acordo com Henrique Repinaldo, meteorologista do Centro de Pesquisas e Previsões Meteorológicas da Universidade Federal de Pelotas (CPPMet/UFPel). Os ventos não devem afetar significativamente o estado, mas sim a entrada de uma massa de ar frio impulsionada em direção ao Rio Grande do Sul, com o deslocamento de uma frente fria e a chegada de ar mais frio e seco.
Na sexta-feira, com a chegada da frente fria, tipicamente associada a ciclones extratropicais, os municípios gaúchos enfrentarão pancadas de chuva. Em algumas áreas mais isoladas, pode ocorrer trovoadas, temporais, rajadas de vento um pouco mais intensas e eventual queda de granizo de curta duração. Ao longo do dia, a frente fria se deslocará, e o ar polar começará a se estabelecer no estado. À noite, as temperaturas cairão. Para Porto Alegre, a Climatempo prevê uma temperatura entre 17°C e 23°C.
A previsão da Climatempo aponta para temporais ao longo do dia na região centro-sul do RS, enquanto a área centro-norte terá predomínio de nebulosidade, com chuvas de moderada a forte intensidade. Há alerta para rajadas de vento atingindo até 70 km/h.
No sábado (19), um sistema de alta pressão se estabelecerá, afastando as chuvas e a instabilidade do estado. Enquanto o ciclone se afasta, poderão ocorrer rajadas de vento mais intensas, porém inferiores a 60 km/h, principalmente na faixa litorânea. A Argentina e o Uruguai sentirão os efeitos mais significativos. A Climatempo destaca as baixas temperaturas em todo o estado, prevendo para a capital temperaturas entre 11°C e 18°C.
Apesar de sempre trazer severidade, o ciclone extratropical provavelmente afetará mais o Uruguai e a Argentina, conforme Rezende. Mesmo assim, ele observa que o Inmet pode emitir um alerta de risco para todo o estado.
Quanto à possibilidade de formação de um ciclone bomba, caracterizado por uma rápida queda na pressão central em 24 horas, criando condições climáticas severas, Repinaldo pondera que isso não é necessariamente mais intenso. Além disso, Rezende avalia que os modelos não indicam essa tendência, uma vez que não há uma diminuição tão repentina na pressão.



