O vice-presidente da Claro, Fábio Andrade, emitiu um alerta enfático sobre os potenciais impactos na conectividade nacional devido à construção planejada de uma usina de dessalinização na Praia do Futuro, em Fortaleza, Ceará. Em entrevista, Andrade destacou a preocupação das empresas de telecomunicações quanto ao risco iminente que essa obra representa para a infraestrutura de internet do país.
O projeto da usina, sob responsabilidade da Cagece (Companhia de Água e Esgoto do Estado do Ceará), está em fase de Estudo de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima). Com um investimento previsto de mais de R$ 520 milhões, a obra planeja atender cerca de 720 mil pessoas em Fortaleza, mas a localização proposta levanta preocupações.
As empresas de telecomunicações estão inquietas com a proximidade da usina em relação a 17 cabos submarinos que constituem uma parte crucial da conexão internacional de dados do Brasil. O vice-presidente da Claro salientou que, embora a Anatel tenha determinado uma distância mínima de 500 metros entre os dutos da usina e os cabos submarinos, a vibração resultante do bombeamento de água do mar pode comprometer esses cabos, o que poderia interromper a conectividade em grande parte do país.
Em contrapartida, o presidente da Cagece, Neuri Freitas, descreveu as preocupações das empresas de telecomunicações como um “medo abstrato” e afirmou que as tecnologias atuais permitem a mitigação dos riscos. Enquanto isso, o vice-presidente da Claro reforçou sua posição, argumentando que mesmo com a distância mínima exigida, o aumento futuro previsto no número de cabos poderia afetar a conexão. O ministro das Comunicações tem buscado diálogo com o governo do Ceará para encontrar uma solução que concilie os interesses de preservar a infraestrutura de internet e garantir o fornecimento de água para Fortaleza.



