Tatuagens comuns entre brasileiros, como coroas, nomes de familiares e até símbolos de times como o Real Madrid, estão sendo usadas por agentes do ICE (Imigração e Alfândega dos EUA) para justificar deportações e detenções. Estrangeiros com tais marcas estão sendo vinculados a gangues como a MS-13, sem provas concretas.
O governo dos Estados Unidos, sob influência das políticas de Donald Trump, tem utilizado leis antigas e interpretações subjetivas para endurecer o controle migratório. A simples presença de tatuagens, roupas de marcas esportivas ou menções em redes sociais pode render pontos negativos que levam à expulsão do país, mesmo sem antecedentes criminais.
Casos como os dos venezuelanos Andry Hernández e Jerce Reyes Barrios ilustram a situação. Ambos foram enviados para a prisão de segurança máxima em El Salvador, mesmo sem ligações comprovadas com grupos criminosos. Tatuagens que remetem a cultura local ou esportiva foram tratadas como evidência de associação a facções.
A situação se agravou com a criação de um sistema de pontuação do ICE, que classifica como suspeitos símbolos como estrelas, rosas, números icônicos como o 23, ou o logo da Nike Jumpman. Especialistas denunciam o uso de estereótipos e falta de critérios legais, o que tem afetado inclusive turistas e imigrantes em situação regular.



