Violência Noturna: 9 em cada 10 Brasileiras já sofreram agressões ao saírem para lazer
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Foto: imagem meramente ilustrativa / Freepik

Violência Noturna: 9 em cada 10 Brasileiras já sofreram agressões ao saírem para lazer

Estudo do Instituto Patrícia Galvão, Locomotiva e Uber revela prevalência de violência sexual, grupos mais vulneráveis, meios de transporte inseguros e estratégias de proteção adotadas por mulheres.

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O mais recente relatório do Instituto Patrícia Galvão, em parceria com o Instituto Locomotiva e apoio da Uber, revela um cenário alarmante: nove em cada dez mulheres brasileiras já sofreram algum tipo de violência ao se deslocar à noite para atividades de lazer. Entre as principais formas de agressão relatadas estão episódios de cunho sexual, como cantadas inconvenientes, importunação e assédio, atingindo especialmente jovens de 18 a 34 anos, grupo em que o índice chega a 78%. O levantamento, realizado com 1,2 mil entrevistadas de 18 a 59 anos, destaca ainda que pelo menos 10% das mulheres relataram estupro nesses trajetos, percentual que dobra entre integrantes da comunidade LGBTQIA+.

A pesquisa aponta que mulheres pretas são as mais afetadas em episódios de importunação, agressão física, estupro e racismo, evidenciando desigualdades raciais e de orientação sexual. Além das violências sexuais, 34% das entrevistadas relataram assalto, furto ou sequestro relâmpago, enquanto 24% sofreram discriminação por características não étnico-raciais, índice que chega a 48% entre mulheres LGBTQIA+. Os meios de transporte considerados mais inseguros são os deslocamentos a pé (73%) e de ônibus (53%), seguidos por carro particular ou de aplicativo (18%), metrô (16%) e trem (13%).

O impacto da violência na vida social das mulheres é significativo: 63% já desistiram de sair de casa à noite por medo, índice que sobe para 66% entre negras. A sensação de insegurança também leva à adoção de estratégias de proteção, como avisar alguém de confiança sobre o destino e horário de retorno (91%), evitar locais desertos ou escuros (89%) e buscar companhia nos trajetos (89%). Muitas mudam hábitos de vestuário (78%) e levam roupas extras para cobrir o corpo (58%).

Apesar da alta incidência de violência, os índices de denúncia permanecem baixos: apenas 17% das vítimas procuraram a polícia, enquanto uma parcela ainda menor acionou a Central de Atendimento à Mulher. Entre as que presenciaram agressões contra outras mulheres (42%), pouco mais da metade prestou algum tipo de ajuda. O relatório reforça a necessidade de políticas públicas integradas para garantir o direito ao lazer e à mobilidade segura para todas as brasileiras.

Agência Brasil.

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